O home office é uma tendência que parece crescer cada vez mais. Segundo dados do Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), já são cerca de 30 milhões de brasileiros trabalhando em casa. Mas, será que este tipo de trabalho é válido para qualquer pessoa? “Ter mais tempo livre e autonomia para controle de horário e trabalho, ou o isolamento, podem ser complicadores para algumas pessoas menos disciplinadas ou mais extrovertidas, o que pode acabar comprometendo o trabalho”, explica o professor Marcos Garcia, palestrante o escritor, mestre em Ciência, Gestão e Tecnologia da Informação. Ele é autor do livro Pedagogia Empresarial – Saberes, Práticas e Referências, sobre o mercado corporativo.
A falta de leis específicas para este tipo de contrato de trabalho pode ser uma dificuldade enfrentada tanto pelo empregador quanto pelo empregado. Por isso, é importante serem avaliadas as vantagens e desvantagens e haver uma conversa franca a respeito. “Mesmo que seja uma tendência e pareça uma oportunidade mais tranquila e rentável à primeira vista, é preciso avaliar antes, contrapondo com a sistemática que é necessária para esta modalidade de trabalho”, diz Garcia.
Para ele, nem toda empresa tem condições de supervisionar um funcionário em casa ou todo profissional tem um perfil disciplinado o suficiente para conseguir trabalhar em casa sem atrapalhar os negócios ou a vida pessoal. “Precisam ser avaliados os prós e contras. O trabalhador, por exemplo, pode sofrer com a falta de interação social e profissional, até uma redução de oportunidades profissionais por não estar dentro da empresa”, observa. “Podem ocorrer ainda problemas familiares, porque o profissional acaba prolongando suas tarefas por estar em casa ou pelo simples fato de dividir o mesmo espaço e não saber separar os horários entre trabalho e lazer”, completa Garcia.
Já a empresa pode ter dificuldades em supervisionar o trabalho. “Como o funcionário fica fora, os valores da empresa podem se perder, pois o contato diminui drasticamente – mesmo ocorrendo reuniões periódicas, também há o risco de vazamento de informações, mesmo que não propositais, e ocorrer uma queda de produtividade e da qualidade do serviço prestado”, avalia.
Por outro lado, se bem administrado e planejado, o trabalho em home office tem a possibilidade de trazer grandes vantagens para ambos os lados. “O funcionário vai reduzir o estresse com um controle melhor do próprio ritmo de trabalho, pode aprimorar a qualidade de vida em família e aumentar momentos de lazer, pois reduz o tempo gasto com deslocamento. Com isso, o funcionário melhorará seu desempenho profissional, trazendo mais benefícios para a empresa”, conclui.
Professor Marcus Garcia
Com formação na área de Educação e Tecnologia da Informação, o professor Marcus Garcia leciona há 30 anos e é palestrante há 15. Já escreveu 16 livros nas áreas técnicas, motivacionais e educacionais, entre eles “Sucesso: uma questão de identidade” e as séries “Educação Profissional” e “A Escola no Século XXI”. Para mais informações sobre o palestrante, é só acessar o site: www.marcusgarcia.pro.br