Muitos homens e mulheres só se lembram de ir ao médico quando já estão doentes. Dados do Ministério da Saúde mostram que para cada oito consultas ginecológicas acontece apenas uma urológica. Porém, o que muitos não sabem é que a Urologia não é uma especialidade médica exclusivamente masculina. Todas as doenças renais e vesicais afetam tanto homens quanto mulheres. Doenças como cálculo renal, infecção urinária e incontinência urinária são frequentes em mulheres e devem ser tratadas pelo urologista.
A consulta também possibilita ao paciente fazer uma avaliação e auxilia para tornar a visita ao médico um hábito. Também melhora a relação médico-paciente, criando laços de confiança. “Para nós, há também benefícios, pois o profissional acaba conhecendo melhor seu paciente, o que facilita o diagnóstico e, consequentemente, o tratamento”, esclarece o urologista o Hospital Nossa Senhora das Graças, Fernando Meyer.
O Dr. Meyer ressalta que é necessário procurar um urologista pelo menos uma vez ao ano, assim como as mulheres fazem com os ginecologistas. E isso deve ser feito em todas as faixas etárias, para a prevenção e diagnóstico de doenças urológicas.
Já as mulheres devem procurar o especialista sempre que tiver algum problema urinário. “A cultura da mulher brasileira é procurar o ginecologista quando tem infecção ou incontinência urinária, porém é preciso educá-las que o profissional correto para tratar essas enfermidades é o urologista”, ressalta Dr. Meyer. O médico destaca as principais doenças urológicas que afetam as mulheres: infecção urinária, incontinência urinária, cálculo renal, além de tumores no rim e na bexiga.
Embora não exista uma periodicidade nas consultas, podem ocorrer situações em que seja necessário, a mulher ter acompanhamento médico. “Pacientes que trataram tumores renais ou vesicais, e pacientes com infecção urinária de repetição, ou seja, mais de três vezes ao ano merecem um acompanhamento periódico”, destaca.
Exames
De acordo com o urologista, o paciente deve procurar um urologista toda vez que apresentar sinais ou sintomas de doenças urológicas. “Para isso, é importante saber qual a área de atuação do urologista, que é todo o aparelho urinário (rins, ureteres, bexiga) tanto em homens quanto em mulheres, bem como a próstata e o sistema genital (pênis, testículos) no homem”, aponta.
Nos meninos o médico realiza o diagnóstico de criptorquidia, ou seja, quando um ou os dois testículos não estão na bolsa escrotal. “Já na faixa dos 15 a 35 anos, o que mais preocupa é a maior incidência de câncer de testículo, além da alta incidência de DST (doenças sexualmente transmissíveis). Após os 40 anos o foco são os problemas relacionados à próstata (Hiperplasia prostática benigna e câncer de próstata)”, enumera.
Os homens, com mais de 45 anos, devem procurar o urologista para fazer o exame da próstata. “Na primeira consulta é feita uma anamnese detalhada, momento em que o paciente conta suas queixas e o médico questiona sobre os sintomas, além de investigar a história de doenças e cirurgias”, explica o Dr. Meyer.
Após, é realizado um exame físico completo, que inclui o toque retal, para avaliar o tamanho e consistência da próstata. “O exame servirá para investigar se há nódulos ou áreas suspeitas para câncer de próstata”. Esse exame dura de 5 a 10 segundos e é indolor, além de ser de extrema importância para o diagnóstico. “O exame de sangue (PSA total) não substitui o toque retal, os dois juntos (toque e PSA) são complementares”, enfatiza o urologista.
Os exames realizados periodicamente em homens com mais de 40 anos são: além do exame físico (que inclui a realização do exame do toque retal), devem ser feitos exames laboratoriais (hemograma, glicemia, creatinina, PSA total e parcial de urina) e exames de imagem (ecografia abdominal total). “Além desses, podem ser feitos outros exames dependendo das queixas do paciente”, acrescenta Dr. Meyer.