Os dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica revelam que a cada minuto, uma criança fica cega no mundo. Apenas no Brasil, existem cerca de 25 mil crianças cegas. Porém, os especialistas acreditam que 80% dos casos de cegueira no mundo poderiam ser evitados.
O Teste do Olhinho é um grande aliado para combater a doença. O exame é realizado com um aparelho chamado oftalmoscópio direto, posicionado a aproximadamente 50 centímetros dos olhos da criança. O aparelho incide uma luz direcionada para as pupilas, que fazem a identificação do Reflexo Vermelho, responsável por verificar se a estrutura interna da retina está sadia. “Quando o reflexo vermelho está presente e é homogêneo, considera-se o teste normal, já se estiver alterado, ficará esbranquiçado e é sinal de alguma doença”, explica a oftalmologista pediátrica do Hospital Nossa Senhora das Graças, Christie Graf Ribeiro.
O exame é simples, indolor, não precisa de anestesia, mas é capaz de diagnosticar várias doenças visuais se estiverem em fase inicial. “O teste identifica alterações na transparência das estruturas oculares e detecta qualquer doença que cause alterações na córnea, cristalino, vítreo e retina”, acrescenta a médica.
Entre as doenças mais comuns de serem identificadas pelo teste são: a catarata congênita, retinoblastoma (tumor intraocular mais frequente na infância), glaucoma congênito, opacidades congênitas de córnea, inflamações intra-oculares e hemorragias intravítreas. “O exame pode ser feito no berçário, na sala de parto, ou no consultório pelo médico, em especial pelo pediatra, neonatologista ou oftalmologista. Porém, é necessário ser realizado em todo recém-nascido nas primeiras semanas de vida”, salienta Dra. Christie.
O teste realizado precocemente possibilitará o diagnóstico da doença e maiores serão as chances de um tratamento adequado para se conseguir uma boa visão. “A catarata congênita, por exemplo, se operada em três ou a seis semanas de vida, a criança irá obter uma visão normal, já se a catarata congênita for operada com três meses de vida, a visão da criança ficará comprometida”, ressalta a especialista.
Os pais também têm um papel fundamental no combate a doença. As crianças devem fazer o exame oftalmológico anualmente até os dez anos de vida. “É muito comum os pais abandonarem as consultas oftalmológicas, após saberem que o Teste do Olhinho foi normal. Isso não deve acontecer, pois é durante a infância que podem surgir outros problemas. Um exemplo é a hipermetropia”, conta a médica.
Outra doença é a ambliopia, que só pode ser corrigida até os sete ou oito anos, idade em que o olho ainda está se desenvolvendo. A característica da doença é o olho com anatomia normal, porém, não desenvolve a visão. “Todas as doenças devem ser tratadas precocemente, pois os olhos se desenvolvem até os sete e oito anos de idade”, ressalta.