Reeducação alimentar X dietas milagrosas

De acordo com os dados do Ministério da Saúde quase metade (48,1%) da população brasileira adulta está acima do peso e 15% dos brasileiros são obesos. Há cinco anos, a proporção era de 42,7% para excesso de peso e 11,4% para obesidade. Embora as pessoas estejam mais gordas isso não significa que não tentem ficar mais magra. O problema é que cada vez mais procuram métodos para perder peso sem precisar de esforço.

As dietas milagrosas são as mais procuradas e fazem com que muitas pessoas restrinjam alimentos importantes para a saúde. Na prática, funcionam como um gatilho para a compulsão e a desistência da dieta. “Quando somos proibidos de algo ficamos com mais vontade de burlar as regras e, no caso de comida, as proibições não devem ser impostas, pois teremos que comer a vida toda. Já imaginou nunca mais poder desfrutar de seu prato preferido?”, comenta a nutricionista funcional, Dra. Juliana Trevilini Garcia.

A falta desses alimentos também acaba causando um desequilíbrio orgânico, como cabelos quebradiços, pele ressecada, unhas fracas, ansiedade, depressão. Para a Dra. Juliana a perda de peso deve ser um processo prazeroso e não um tratamento de choque. E para isso, não basta emagrecer o corpo, é necessário modificar os pensamentos e comportamentos em relação a comida, aprender a quantificar os alimentos, escolher o que irá comer, manter uma frequência de alimentação e aprender a administrar as exceções. “O que dificulta muito a mudança de hábitos são as expectativas que criamos em relação a algo e a falta de planejamento. A maioria das pessoas que quer emagrecer deseja que isso aconteça num curto espaço de tempo, pensa que é possível emagrecer dez quilos em um mês”, salienta Dra. Juliana.

Método de emagrecimento
O principal objetivo no processo de emagrecimento é a adoção de um estilo de vida saudável, com modificações planejadas e graduais, que permitam recaídas e adequação aos seus objetivos de vida. “Emagrecer e permanecer magro de forma saudável depende de uma reeducação alimentar e comportamental, pois o que realmente engorda não é a comida, mas sim, a forma como nos alimentamos”, enfatiza a nutricionista.

Segundo a Dra. Juliana para emagrecer é necessário ter uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos e aprender a lidar com sentimentos que podem levar à superalimentação, como ansiedade, tristeza e solidão. E tudo isso exige uma mudança de hábitos que implica em comprometimento, disciplina, perseverança e consciência dos benefícios da mudança. “Comendo com moderação, nos horários, quantidades e forma adequada, nenhum alimento precisa ser cortado. Dessa forma, a reeducação torna-se uma adaptação, um estilo de vida, e não uma tortura”, esclarece a nutricionista.

Quando a pessoa consegue um equilíbrio em seu comportamento alimentar, nada precisa ser proibido. Cada alimento tem sua importância, como explica a Dra. Juliana. “Toda pessoa precisa dos carboidratos e das gorduras, pois são considerados alimentos energéticos, nutrientes essenciais para dar energia para nosso cérebro e fazem parte da formação de hormônios e ativação de vitaminas”. Já as proteínas têm função construtora, ou seja, atuam na reparação de tecidos, unhas, cabelo, pele, na formação de enzimas e as vitaminas e minerais são alimentos reguladores – essenciais para o fornecimento de nutrientes que auxiliam no processo de equilíbrio corporal.

A beleza é fundamental para a auto-estima, qualidade de vida e bem-estar, porém isso não significa ter um corpo muito magro. “O mais importante é que cada um descubra a sua maneira de ser belo, o seu padrão de beleza e principalmente, desvende a beleza que cabe nos limites de cada um”, afirma Dra. Juliana.

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