Projeto Green Silicon, de energia solar, será apresentado em Curitiba

Em agosto, deve terminar a fase de estudo de viabilidade do projeto Green Silicon – ou Silício Verde -, que tem o objetivo de reunir competências para o domínio da tecnologia de industrialização do silício e a implantação, no Brasil e no Paraguai, da cadeia produtiva da energia solar. Uma parceria entre a Itaipu Binacional e a FIEP (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), o projeto será apresentado pelo superintendente de Energias Renováveis da Itaipu Binacional, Cícero Jayme Bley Júnior, na Conferência Internacional de Energias Inteligentes – Smart Energy Paraná 2014, que ocorrerá em Curitiba, de 7 a 9 de maio. O evento é promovido pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior – Seti e o Instituto de Tecnologia do Paraná – Tecpar, com realização da Paraná Metrologia.

“A energia solar será a maior fonte de energia do planeta nos próximos 50 anos”, afirma Bley Jr. “Trata-se, obviamente, de uma energia renovável e países tropicais como o Brasil, que tem 2,5 vezes mais irradiação solar do que países de clima frio, podem ter mais eficiência em converter a energia do sol em energia elétrica e, com isso, superarem a crise energética internacional que se avizinha – e suas consequências ambientais – devido ao esgotamento das fontes fósseis.”

Ele explica que, apesar de o Brasil produzir 280 mil toneladas por ano de quartzo de alta pureza, que é a matéria prima do silício usado em painéis fotovoltaicos, toda essa produção é exportada em pedras para países que a processam. “Extraem-se os minerais finitos aqui que agregam valor econômico lá. O Brasil, embora ofereça a base para a indústria fotovoltaica, está fora da geopolítica internacional da área”, diz.

De acordo com Bley Jr., o Green Silicon pretende trabalhar 18 mil toneladas de quartzo por ano e, a partir de um sistema industrial integrado, ir do quartzo ao silício grau metalúrgico e solar, passando pelo processamento de lingotes, wafers, células até painéis solares, sendo estes na ordem de 636 MW/ano, quase uma turbina de Itaipu por ano.

Desenvolvimento econômico para o Paraná
O projeto Green Silicon exige uma disponibilidade de 74 MW de potência, o que, na América do Sul, somente a Itaipu, por ser binacional, pode viabilizar. Bley Jr. conta que serão necessários investimentos em torno de 1 bilhão de euros, mais de 3 bilhões de reais, além da formação de um complexo industrial integrado que demandará uma extensa rede de fornecedores de insumos, como vidros, cabos, plásticos, painéis, inversores, etc. “É uma cadeia de suprimentos que se instala no estado, com consequências muito positivas para o desenvolvimento econômico geral, mais intensamente para oeste do Paraná”, conta.

Com o final do estudo de viabilidade do projeto, em agosto desde ano, será convocado um private equity com investidores brasileiros e paraguaios para constituir uma empresa especificamente para sua implantação.

Smart Energy Paraná 2014
Para Cícero Bley Júnior, que também é diretor-geral do Centro Internacional de Energias Renováveis/Biogás (CIBiogás-ER) e acaba de lançar o livro “Biogás – A Energia Invisível”, o Paraná sempre foi referência na área da energia, com uma forte economia eletrointensiva, exportador de energia elétrica e importador de combustíveis fósseis. Também é um estado com recursos naturais possíveis de serem aplicados na geração de energia renovável, como os ventos de Palmas, a irradiação solar e a biomassa, tanto florestal quanto de resíduos, que podem gerar biogás.
“O Smart Energy, portanto, pode ser o início de uma ampla política pública estadual para mobilizar esse potencial e colocar o Paraná em sintonia com o que há de mais avançado do mundo em relação à gestão da energia e o aproveitamento de externalidades das fontes renováveis, como redução de emissões de gases do efeito estufa e poluição hídrica”, declara.

Ele lembra que o biogás é uma fonte de energia de alto valor estratégico para uma economia como a do Paraná, fortemente assentada na geração de alimentos, como grãos, proteína animal, leite e carnes. Os resíduos dessa produção agropecuária e agroindustrial contêm biogás. Uma vez extraído, o biogás é um combustível capaz de gerar energia elétrica, térmica e veicular. “Trata-se da fonte energética mais disponível e com menor valor custo/benefício no Paraná”, afirma Cícero Bley Jr.

SERVIÇO: A Conferência Internacional de Energias Inteligentes – Smart Energy Paraná 2014 acontece entre os dias 7 e 9 de maio, das 9h às 18h, no Centro de Exposições Horácio Sabino Coimbra – Avenida Comendador Franco, 1.341, Jardim Botânico. Mais informações pelos telefones (41) 3271.7567, e-mail [email protected], pelo site www.smartenergy.org.br ou pela página do facebook: facebook.com/smartenergyparana

Sobre a Paraná Metrologia
A Rede Paranaense de Metrologia e Ensaios, a Paraná Metrologia é uma organização tecnológica, que visa à difusão da tecnologia industrial, com destaque para a metrologia. Congrega diversas entidades de ensino, pesquisa, desenvolvimento tecnológico e laboratórios, com a intenção de promover a infraestrutura tecnológica e de apoio às empresas localizadas no Estado.

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