*Celso Kloss

A logística reversa já começa a se tornar realidade no Paraná. Com a assinatura do plano no dia 15 de dezembro, agora o trabalho começa com a formação de um comitê gestor nos primeiros meses de 2015 para definir as ações e articular parcerias entre toda a cadeia da construção civil. O Paraná foi o primeiro estado a apresentar um plano e já é observado por todo o país. A meta é ambiciosa e estabelece 10 anos para implantar a logística reversa em todo o estado. Mas, com o engajamento necessário, sabemos que existe a possibilidade de ser alcançada.

De acordo com dados do Sinduscon-PR, aproximadamente 75% dos resíduos da construção civil são gerados pelas obras particulares ou informais. A conscientização da população é elemento chave para o sucesso da execução do plano. É necessário propiciar acesso à informação para conscientizar todos os públicos envolvidos sobre a importância da redução, reciclagem e reutilização dos resíduos sólidos. Só assim, será possível tornar o plano uma realidade.

A reutilização é um dos pontos fundamentais de todo o processo. Existe um mito de que o material de construção reciclado é inferior ao material virgem. Não é verdade! Mas, de nada adianta reciclar e criar um estoque de materiais sem depósito para ser guardado. Profissionais do setor e população precisam entender que esse material também tem qualidade e deve ser utilizado, até porque os recursos naturais estão se extinguido e, cada vez mais, precisaremos de materiais reciclados. Não é somente um problema da construção civil, mas também de meio ambiente.

O poder público tem uma participação importante no plano de logística reversa. Políticas públicas, adaptação de leis e a participação no processo são necessárias. O engajamento dos municípios com utilização do material reciclado, a criação de ações e implementação de ferramentas que facilitem toda a logística é fundamental para o sucesso no cumprimento das metas.

Já existem ações de sucesso no gerenciamento de resíduos que podem ser usadas para aprimorar os processos que estão sendo pensados para o plano de logística reversa. Em Jundiaí, no estado de São Paulo, o uso de um aplicativo de controle de resíduos de caçambas tornou possível a reciclagem de 95% dos resíduos da cidade e a reutilização desses materiais reciclados pelo município já gerou uma economia de R$ 6 milhões em 16 meses. A fiscalização de pontos ilegais de descarte de resíduos sólidos e a disponibilização de caçambas em diversos pontos da cidade também ajudam a diminuir a contaminação do meio ambiente.

Para ajudar na implantação do plano, a Paraná Metrologia está desenvolvendo o Portal da Logística Reversa, com o intuito de fomentar o desenvolvimento das ações. Nosso objetivo é reunir em um único lugar todos os dados, empresas, preços, transportadoras, usinas, regulamentos, ou seja, todas as informações necessárias para os profissionais e população. Para isso, estamos buscando parcerias que ajudem a fornecer as informações para o site que facilitarão a realização das ações.

O início da execução do plano de logística reversa no Paraná é um movimento de vanguarda no Brasil e é a oportunidade do nosso estado estar à frente no setor. Tudo o que fizermos aqui será estudado ou copiado pelos outros estados. É um importante passo para aumentarmos nossa competitividade e modernização na construção civil e um fortalecimento da sustentabilidade em nossa sociedade.

*Celso Kloss é diretor superintendente da Paraná Metrologia