Especialistas orientam sobre os cuidados com a saúde do coração na estação mais fria do ano
De acordo com dados da American Heart Association (Associação Americana do Coração), a mortalidade por doenças cardiovasculares no inverno tem um aumento de 25% em comparação a outras épocas do ano. “As artérias têm paredes elásticas que no frio tendem a diminuir e causar piora nos processos isquêmicos em indivíduos que sofrem de doenças cardiovasculares, como falta de irrigação sanguínea nos tecidos, membros periféricos e pode levar a angina e infarto de miocárdio”, explica o cardiologista e diretor de Comunicação da Sociedade Paranaense de Cardiologia (SPC), Dr. João Vitola.
Ele esclarece que o sistema cardiovascular sofre alterações com as baixas temperaturas. Apesar disso, ressalta que é importante realizar as atividades físicas mesmo nos dias mais frios. Para fazer exercícios com maior tranquilidade nesta época, uma recomendação é consultar seu médico de confiança. “O paciente deve estar com os check-ups em dia e, caso tenha alguma doenças cardiovascular, deve exercitar-se respeitando as orientações de seu médico”, ressalta.
Fenômeno de Raynaud
O diretor científico da SPC, Dr. Silvio Barberato conta que, nos dias mais frios, alguns pacientes reclamam de um desconforto nas mãos e pés, chamado de Fenômeno de Raynaud. “Trata-se do aparecimento de pele pálida nas extremidades, que podem ficar azuladas, acompanhada de formigamento e amortecimento dos dedos”, detalha.
Segundo ele, esse fenômeno ocorre mais em mulheres jovens e é devido a uma redução do fluxo sanguíneo por conta do frio intenso. “Para se proteger do Raynaud, deve-se usar luvas, toucas e roupas quentes e evitar o uso de remédios com vasoconstritor, como medicamentos para congestão nasal”, salienta.
Os diretores da SPC orientam que para driblar o frio e evitar ser vítima de alguma doença oportunista deve-se agasalhar-se bem, manter os membros aquecidos, hidratar-se com água e não se esquecer de ingerir frutas e verduras da estação. “Não só as doenças cardiovasculares preocupam nesta época do ano. Há maior incidência de morte devido a causas infecciosas pulmonares, como pneumonias”, destaca, lembrando que a população mais idosa é a que mais sofre no frio e deve ter cuidado redobrado.