Geração distribuída pode ser feita com painéis solares brasileiros – COM VÍDEO-RELEASE

Projeto da Itaipu Binacional prevê produção nacional, que diminuiria o preço dos painéis e ampliaria o acesso da população à tecnologia

Tarifas altas, escassez na oferta, necessidade de subsídios e acionamento de termelétricas são problemas recorrentes no fornecimento de energia elétrica no Brasil. Para ajudar a resolver, a Itaipu Binacional criou projetos de geração distribuída e energia solar que serão apresentados durante a Conferência Internacional de Energias Inteligentes – Smart Energy 2015, que ocorre de 19 a 21 de outubro, no Bourbon Cataratas Convention & Spa Resort, em Foz do Iguaçu, Paraná.

O assistente da Diretoria Geral da Itaipu Binacional, Cícero Bley Jr. explica que o consumidor brasileiro precisa começar a ser tratado como um ativo no sistema, podendo gerar a energia que consome. “Quando você insere o consumidor como gerador, cria um processo paralelo e complementa o convencional. Isso está diretamente ligado à eficiência energética desse consumidor e à geração de energia, que significa um aporte de novas fontes não convencionais que até hoje não foram utilizadas, como o caso da energia solar e eólica”, observa.

Há quatro anos, a hidrelétrica estuda em parceria com a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) um projeto de fabricação de painéis solares fotovoltaicos. “Todos os painéis que usamos hoje no país é importado e isso encarece muito. O Brasil, que tem uma irradiação solar duas vez maior que a Alemanha, por exemplo, não consegue usar os painéis pelo mesmo custo deles. E mais: para fazer esse painel, é preciso de um mineral chamado quartzo, cujo Brasil é o maior exportador do mundo! Ou seja, os painéis usados na Alemanha são produzidos com quartzo brasileiro”, revela o Cícero Bley.

O projeto da Itaipu com a Fiep tem um investimento de quase 2 bilhões de euros, que têm a cooperação de diversos institutos da Alemanha. O objetivo, esclarece Cícero Bley Jr., é produzir painéis solares em grande quantidade com a energia da Itaipu em um processo industrial ao redor da usina. “Diferente dos chineses, que produzem painéis solar com a energia do carvão, nós produziremos com energia hidrelétrica, uma energia verde”, ressalta o superintendente de Energias Renováveis da Itaipu Binacional.

O foco do projeto não é montar uma grande estrutura geradora de energia, mas criar uma geração distribuída, com a implantação de um painel em cada casa. “Programas como Minha casa, Minha vida teriam as casas com os painéis solares fotovoltaicos nascendo já com a vocação de geradoras de energia”, explica.

Desenvolvimento econômico
Para o superintendente da Itaipu Binacional, aumentar a oferta e diminuir os custos para o consumidor também ajudaria a valorizar a energia produzida pelas distribuidoras de energia. “O Sistema Interligado Nacional não tem condições de atender toda a demanda e subsidia a energia. Esse subsídio pode ser substituído pela geração distribuída, fazendo a energia voltar a ter o preço real e ainda gerar sobras que podem ser vendidas para o mercado”, considera.

Tudo isso ainda permitiria um maior desenvolvimento do país. “A falta de disponibilidade de energia trava o crescimento industrial. Por que uma Alemanha desenvolve mais que nós? Eles tem uma disponibilidade de 2 milhões e meio de megawatts/hora e nós, 500 mil, sendo que a população alemã é, pelo menos, um terço menor que a nossa?”, questiona Cícero Bley Jr.

Mais informações: A Conferência Internacional de Energias Inteligentes – Smart Energy 2015, ocorrerá no Bourbon Cataratas Convention & Spa Resort, na Avenida das Cataratas, Km 2,5 – Foz do Iguaçu. Informações e inscrições pelo telefone (41) 3362-6622, e-mail [email protected], site www.smartenergy.org.br/2015 ou pela página do Facebook: facebook.com/smartenergyparana.

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