A aplicação das tecnologias ainda permite redução de custos e maior eficiência energética
O Brasil perde em torno de 17% de toda a energia que é gerada nas usinas até a distribuição para o consumidor final e para evitar isso é necessário implantar a geração distribuída e o Smart Grid – redes inteligentes de energia. É o que afirma o superintendente da Copel Distribuição, Julio Omori. “É fato que hoje vivemos uma crise no setor energético e toda outra forma de geração ou gerenciamento de energia que possa ser conectada ao sistema é bastante importante. A geração distribuída, aliada às redes inteligentes, permite que o sistema elétrico possa despachar e gerar mais energia nos momentos que o sistema precisa e tenha segurança com monitoramento e acompanhamento, conseguindo verificar eventuais problemas e controlando todo o sistema energético”, explica. Esse será um dos assuntos apresentados pela Copel durante a Conferência Internacional de Energias Inteligentes – Smart Energy 2015, que ocorre de 19 a 21 de outubro, no Bourbon Cataratas Convention & Spa Resort, em Foz do Iguaçu, Paraná.
Para a implantação do Smart Grid são utilizados medidores inteligentes e instalados sensores e outros equipamentos na rede de fornecimento de energia elétrica que, juntos, fornecerão informações que permitem monitorar a rede para detectar e corrigir falhas quando ocorrem. “Já a geração distribuída tem papel de gerar energia renovável próximo da carga, ou seja, na casa do próprio consumidor. Mas é com o vínculo com o Smart Grid que irá realmente otimizar o sistema elétrico”, salienta Julio Omori. “Sem isso, se a geração distribuída crescer muito, sem controle ou acompanhamento, pode até gerar um problema de instabilidade porque, basicamente, todo o sistema elétrico foi desenhado para que o fluxo de energia viesse das grandes usinas para o consumidor final. Ele não está totalmente preparado para que o fluxo também venha do consumidor”, observa.
Apesar da sua utilização, essas novas tecnologias ainda têm aplicação em pequenas escalas no Brasil, com isso, os investimentos são muito elevados. “No estágio inicial, isso não é um problema só brasileiro. Também aconteceu em todos os outros países, como na Espanha, na Itália, no Japão e nos Estados Unidos. A viabilidade das tecnologias ocorre por meio de incentivos”, explica Julio Omori, acrescentando que somente quando o país conseguir investimentos poderá ter todo o sistema bem desenvolvido para poder atingir um custo competitivo, permitindo a diminuição do preço da energia.
Uma maneira de ter o custo mais acessível é a desoneração fiscal, como no caso da energia elétrica, o ICMS. O especialista também ressalta a possibilidade da criação de um fundo para financiar a instalação de microgeração de energia. “Quaisquer que sejam os incentivos, somente a partir disso será viável o investimento em geração distribuída e redes inteligentes de energia”, considera.
Os benefícios da geração distribuída e do Smart Grid não ocorrem somente na queda da tarifa. “A geração distribuída e as redes inteligentes mantém uma segurança no sistema elétrico, evitando racionamento, o acionamento de termoelétricas, reduzindo a emissão de CO2 e permitindo a minimização das perdas de energia, já que ela está sendo gerada perto do consumidor”, afirma o superintendente da Copel Distribuição.
Desde 2012, quando a microgeração de energia foi permitida pela resolução Aneel 412, a Copel iniciou vários projetos de geração distribuída, com um trabalho mais intensivo com o Programa Smart Grid, pelos quais são feitos testes para tentar antecipar possíveis problemas no sistema com a adoção das tecnologias. “Nós estamos fazendo uma aplicação em 10 mil residências na região de Curitiba (área de projeto piloto), onde damos acesso ao medidor eletrônico para que, de forma automática, possa ajudar a melhorar a qualidade do fornecimento de energia. “O medidor eletrônico é a primeira porta para conectar a geração distribuída porque permite o fluxo bidirecional na geração de energia. Depois que terminarmos os estudos de viabilidade na área do projeto piloto, nós pretendemos multiplicar nosso conhecimento para, no mínimo, cinco áreas do Paraná. A partir disso, toda conexão e a integração da geração distribuída com a rede inteligente ficará facilitada”, revela Julio Omori.
Smart Energy 2015
A Copel é uma dos apoiadoras da Conferência Internacional de Energias Inteligentes – Smart Energy 2015, que tem promoção e organização da Paraná Metrologia. A conferência ocorre de 19 a 21 de outubro, no Bourbon Cataratas Convention & Spa Resort, em Foz do Iguaçu, Paraná, com promoção e organização da Paraná Metrologia e realização Sebrae-PR. Entre os assuntos que serão discutidos estão políticas públicas para o desenvolvimento de energias renováveis, smart grid, o futuro da biomassa, projetos e ações em andamento no estado do Paraná e no Brasil, a visão da Copel no contexto das energias renováveis, logística reversa, eficiência energética, barreiras regulatórias e comerciais e experiências de outros países. O evento contará com painéis de apresentação com a participação de especialistas nacionais e internacionais, seminários, oficinas e mesas-redondas.
Mais informações: A Conferência Internacional de Energias Inteligentes – Smart Energy 2015, ocorrerá no Bourbon Cataratas Convention & Spa Resort, na Avenida das Cataratas, Km 2,5 – Foz do Iguaçu. Informações e inscrições pelo telefone (41) 3362-6622, e-mail [email protected], site www.smartenergy.org.br/2015 ou pela página do Facebook: facebook.com/smartenergyparana.