Domingo, 26, é Dia Nacional de Luta contra a hanseníase

No domingo 26, é lembrado o Dia Nacional de Luta contra a Hanseníase, uma doença que tem cura, mas é preciso identificá-la assim que os sintomas surgem. O primeiro e principal sinal é o aparecimento de manchas de cor parda, ou eritematosas (manchas de cor avermelhada na pele). “É importante lembrar que a hanseníase é uma doença totalmente curável e não há motivo para preconceito. Mas, é importante ficar atento aos sinais assim que eles surgem e procurar o dermatologista. O tratamento cessa a transmissão da doença quando feito precocemente, evitando as sequelas”, explica o dermatologista Dr. Joel Lastoria, coordenador do Departamento de Hanseníase da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

A hanseníase é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae. Foi descoberta em 1873, entretanto, e é uma das doenças mais antigas já registradas na literatura, com casos na China, Egito e Índia, antes de Cristo. A transmissão da bactéria Mycobacterium leprae ocorre pelo contato íntimo e contínuo com um doente não tratado. “Apesar de ser uma doença da pele, é transmitida por gotículas que saem do nariz ou pela saliva do paciente. Não há transmissão pelo contato com a pele do paciente, embora muitos pensem assim”, ressalta o presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia no Paraná (SBD-PR), Dr. José Roberto Shibue.

Além da pele, a doença também pode afetar os olhos, os nervos periféricos, o interior do nariz e, eventualmente, outros órgãos. A hanseníase pode se manifestar de quatro formas: hanseníase indeterminada, tuberculóide, bordeline e virchowiana. A hanseníase indeterminada é mais comum em crianças, já a tipo tuberculóide não é contagiosa, é mais leve e a pessoa tem apenas uma ou poucas manchas pálidas na pele. A do tipo borderline é uma forma intermediária da doença e apresenta manchas maiores na pele, já a hanseníase virchowiana é a forma grave e contagiosa. Os inchaços são generalizados e há erupções cutâneas, dormência e fraqueza muscular. Nariz, rins e órgãos reprodutivos masculinos também podem ser afetados.

Ao penetrar no organismo, a bactéria Mycobacterium leprae inicia uma luta com o sistema imunológico do paciente. Nas áreas afetadas pela hanseníase, o paciente apresenta perda de sensibilidade térmica, perda de pelos e ausência de transpiração. Quando lesiona o nervo da região em que se manifestou a doença, causa dormência e perda de tônus muscular na área. Podem aparecer caroços e/ou inchaços nas partes mais frias do corpo, como orelhas, mãos e cotovelos, e até alterações na musculatura esquelética, causando deformidades nos membros.

Diagnóstico, tratamento e prevenção
O diagnóstico da hanseníase é feito pelo dermatologista e envolve a avaliação clínica do paciente, com aplicação de testes de sensibilidade, palpação de nervos, avaliação da força motora e, às vezes, até biópsia. O tratamento é gratuito e fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). São usados antibióticos e o tratamento completo é longo, de seis meses a um ano ou mais.

A melhor forma de prevenir a doença é mantendo o sistema imunológico eficiente. Ter boa alimentação, praticar atividade física, manter condições aceitáveis de higiene também ajudam a manter a doença longe, pois, caso haja contato com a bactéria, logo o organismo irá combatê-la.

Outra dica importante é convencer os familiares e pessoas próximas a um doente a procurarem uma Unidade Básica de Saúde para avaliação, quando for diagnosticado um caso de hanseníase na família. Dessa forma, a doença não será transmitida nem pela família nem pelos parentes próximos e amigos.

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