Curitiba sediará curso sobre a ciência que estuda as funções cognitivas do cérebro
A neuropsicologia é uma ciência que investiga funções do cérebro como a memória, a atenção, a linguagem, o raciocínio, a percepção visual, visuoconstrução, orientação e funções executivas para identificar se há algum comprometimento funcional no órgão. O assunto será tratado no curso “Aprofundamento Teórico e Prático de Neuropsicologia”, promovido pelo Instituto Habilittare, responsável pelo setor de neuropsicologia do Instituto de Neurologia de Curitiba (INC), com início previsto para o dia 23 de maio, em Curitiba. Os interessados devem enviar currículo atualizado para [email protected] até o dia 3 de maio.
A coordenadora do curso e neuropsicóloga, Dra. Samanta Rocha, explica que a neuropsicologia consegue transformar o intangível em tangível. “Um exemplo é medir a memória. Algumas pessoas podem acreditar que ela é imensurável, mas, por meio de testes, conseguimos mapeá-la”, garante a neuropsicóloga. Segundo ela, a avaliação neuropsicológica é recomendada sempre que houver uma suspeita de dificuldade cognitiva como em casos de doenças neurodegenerativas (Alzheimer e Esclerose Múltipla), lesões cerebrais decorrentes de AVC (Acidente Vascular Cerebral, também conhecido por ‘derrame’) ou traumatismos, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, dificuldades escolares, epilepsias, distúrbios psiquiátricos ou neuropsiquiátricos e danos causados por uso e abuso de drogas e álcool.
No tratamento de um paciente que teve um AVC, por exemplo, o neuropsicólogo ajuda na recuperação de funções cognitivas. “Antigamente, as famílias se preocupavam se a pessoa que sofreu um AVC iria voltar a caminhar e a falar. Hoje, a preocupação passa a ser se elas vão voltar a desempenhar suas funções, como por exemplo, um engenheiro voltar a fazer plantas ou cálculos ou ter uma indepêndencia novamente. E é nessa hora que o neuropsicólogo entra. Nós desenvolvemos técnicas de reabilitação para que esse paciente recupere as funções cognitivas do cérebro ou, se não for possível recuperá-la, ajudá-lo a desempenhar suas atividades mesmo com essa deficiência”, explica. Ela complementa que os testes neuropsicológicos colaboram para observar se as intervenções feitas, como a fonoaudiologia e fisioterapia, estão surtindo efeito. “Conseguimos medir a eficácia das intervenções e mostrar aos médicos se os remédios utilizados estão causando algum efeito colateral na memória ou na atenção, que possa prejudicar o tratamento do paciente no cotidiano”, afirma.
A primeira parte do exame é uma entrevista de anamnese, que ajuda a obter informações sobre a saúde global do paciente, incluindo queixas emocionais, cognitivas e comportamentais. “A seguir é solicitado uma bateria de testes neuropsicológicos mais adequados para o paciente e depois iniciamos o processo de tratamento”, explica Dra. Samanta Rocha. Os resultados qualitativos e quantitativos da testagem indicarão as funções cognitivas preservadas e as que apresentam deficiência. “Depois que obtermos o diagnóstico, elaboramos um relatório ou laudo neuropsicológico, no qual são relatados os principais resultados e quais devem ser as precauções tomadas”, conta.
Serviço: O curso “Aprofundamento Teórico e Prático de Neuropsicologia” tem início previsto para 23 de maio e será dividido em sete módulos, com encontros marcados para os dias 23 e 24 de maio, 27 de junho, 25 de julho, 22 e 23 de agosto, 26 e 27 de setembro, 24 e 25 de outubro e 28 e 29 de novembro – aos sábados, das 9h às 18h e domingo, das 9h às 13h. As aulas ocorrerão nas dependências do INC – Rua Jeremias Maciel Perretto, 300, Campo Comprido. Mais informações pelo telefone (41) 3029-9540, diretamente com o setor de neuropsicologia do INC.
Após a análise de currículos, os candidatos serão submetidos à prova de conhecimentos específicos de neuropsicologia e entrevista com profissionais da área, ambos em data ainda a confirmar. Estudantes de graduação em Psicologia também podem se inscrever na modalidade de alunos ouvintes, terão preço especial na mensalidade e irão passar pelos mesmos processos de seleção dos neuropsicólogos.