Neoplasias de mama e colo de útero são, respectivamente, a primeira e a terceira mais prevalentes nas mulheres. Exames e tratamento precoce diminuem as chances de morte
Fruto de duas décadas de mobilização da Rede Feminista de Saúde, o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher, celebrado no dia 28 de maio, também lembra a necessidade da prevenção ao câncer – sobretudo o de mama e colo do útero – os mais comuns entre as mulheres no Brasil e no mundo. Prevenção e diagnóstico precoce são as duas principais ações para evitar a morte pelas neoplasias: só em 2016, O Instituto Nacional do Câncer (Inca) prevê mais de 57 mil novos casos de câncer de mama e 16 mil novos casos de câncer do colo de útero.
“De forma geral, há exames de prevenção e diagnóstico precoce para esses tumores”, afirma o oncologista Fabio Fin, chefe do Departamento de Oncoginecologia do Hospital São Vicente – Funef. Segundo ele, a principal forma de se evitar o avanço da doença é diagnosticar o câncer precocemente. “Além disso, é uma maneira de se permitir um tratamento menos agressivo.”
Para prevenção e combate ao câncer de mama, o ideal é que as mulheres, no geral, realizem a mamografia (ou ultrassom mamário) anualmente, a partir dos 40 anos. “Quando se encontra alguma lesão suspeita, faz-se a biópsia, um teste onde se analisa amostras do tecido mamário sob um microscópio para ver se elas têm câncer”, explica. Caso exista necessidade de se realizar o exame antes dos 40 anos, o profissional de saúde indicará à paciente.
Entretanto, é necessário que a mulher sempre fique atenta aos sinais e sintomas (no início da doença, porém, nenhum sinal pode se manifestar): nódulo único endurecido, abaulamento de uma parte da mama, inchaço e vermelhidão na pele, inversão do mamilo, sensação de nódulo aumentado na axila, secreção pelos mamilos e inchaço no braço são alguns dos indícios da doença.
Nos casos de câncer do colo do útero (cervical), de acordo com o oncologista, existe uma fase pré-clínica que também não apresenta sintomas. A diferença é que esse tipo de neoplasia demora muitos anos para se desenvolver. “As alterações das células que podem desencadear o câncer são descobertas facilmente no exame preventivo – o conhecido Papanicolau, que deve ser feito anualmente por todas as mulheres que iniciaram a atividade sexual”, orienta.
Na evolução da doença, quadros de sangramento vaginal intermitente ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais nos casos mais avançados, são alguns dos principais indícios do câncer. “Quando o câncer de colo do útero é diagnosticado em fase inicial, as chances de cura são de 100%”, afirma.
Tratamento
Tanto no câncer de mama quanto no de colo do útero, a cirurgia é a base para a cura da doença, mas cada caso é avaliado individualmente, frisa o Dr. Fábio Fin. “Na mama, a radioterapia é parte integrante quando se deseja um tratamento conservador, de maneira geral, realizado após o tratamento cirúrgico”, esclarece. A quimioterapia, usada para diversos tipos de câncer, se baseia na ideia do controle da doença e aumento da sobrevida, e pode ser realizada antes ou depois da cirurgia. “Há, ainda, a hormonioterapia, que é realizada para mulheres que são receptoras hormonais positivas (com receptores de estrogênio, que respondem à terapia hormonal)”, diz.
Vacina
Com ampla campanha do Ministério da Saúde, a vacina contra o HPV, que previne o aparecimento do câncer do colo de útero, protege contra quatro subtipos do vírus: 6 e o 11 (presentes em 90% dos casos de verrugas genitais) e o 16 e 18 (de alto risco para o câncer do colo o útero, associado a 90% dos casos de câncer de colo uterino). Contudo, o oncologista enfatiza que as vacinas comercializadas no Brasil não protegem contra todos os subtipos do HPV. “Por isso, o exame preventivo deve continuar a ser feito mesmo em mulheres vacinadas”.
Sobre o Hospital São Vicente-Funef
Fundado em 1939, o Hospital São Vicente é administrado pela Funef – Fundação de Estudos das Doenças do Fígado Kotoulas Ribeiro desde 2002. Essa junção, realizada pelo então presidente Marcial Carlos Ribeiro, fortaleceu as instituições, transformando o Hospital São Vicente–Funef em referência em transplantes. De alta complexidade, o hospital atende a diversas especialidades clínicas e cirúrgicas, sempre pautado pela qualidade e pelo tratamento humanizado. A instituição integra a lista de estabelecimentos de saúde que atendem ao padrão de qualidade exigido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, órgão regulador vinculado ao Ministério da Saúde. Mais informações pelo