Cardiologista explica quais são os problemas que podem afetar o coração ao praticar uma atividade física
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, uma em cada 200 pessoas sofre de mal súbito por ano. O Dr. Osni Moreira Filho, presidente da Sociedade Paranaense de Cardiologia (SPC) afirma que o mal súbito pode acontecer com qualquer pessoa, embora seja mais comum em pacientes doentes e idosos. Ele alerta que há muitas dúvidas a respeito da atividade física e que se feita em excesso pode trazer problema à saúde.
Para ajudar a esclarecer o tema exercícios físicos e problemas cardíacos, o presidente da SPC, explica o que é mito e o que é verdade.
Sou magro. Para começar uma atividade física não preciso passar por um cardiologista.
Dr. Osni Moreira: MITO. Peso não é importante, a idade é. Se o paciente for começar uma atividade intensa, tiver mais do que 40 anos, deve ir ao cardiologista. Caso a atividade seja moderada, aquela que não é exaustiva, tem mais liberdade.
Fui ao cardiologista no começo do ano e minhas taxas estavam boas. Posso iniciar uma atividade física, oito meses depois, sem voltar ao cardiologista.
Dr. Osni: VERDADE. Se estiver se sentindo normal e não tiver acontecido nada nesse intervalo, como um infarto ou um AVC, por exemplo, o paciente pode começar a atividade. Devemos ressaltar: é necessário respeitar o nível de exercício que você está habituado, lembrando que o início deve ser sempre moderado, aumentando a intensidade com o tempo.
Fiz avaliação na academia, por isso, não preciso fazer uma atividade física sem consultar meu cardiologista.
Dr. Osni: VERDADE. Normalmente, a avaliação da academia é suficiente se o educador físico fizer uma avaliação correta, verificando o condicionamento físico e se há presença de doenças cardiovasculares no aluno. Vale ressaltar: caso esses detalhes não sejam conferidos, é preciso ir até o cardiologista.
Mal súbito ocorre apenas com quem não vai ao cardiologista.
Dr. Osni: MITO. O mal súbito pode acontecer com qualquer pessoa, mas, normalmente, ocorre em pacientes doentes ou mais idosos. Em jovens é uma raridade. Para termos uma ideia: se considerarmos a população como um todo, cerca de uma em cada 200 pessoas sofre mal súbito por ano.
Quem faz atividade física pela manhã tem mais chances de enfartar.
Dr. Osni: EM TERMOS. Se a pessoa puder escolher o horário para se exercitar, recomendamos o período da tarde, mas, se estiver bem-condicionada e sempre fizer a atividade pela manhã, as chances de enfartar não são maiores. Essa dúvida surge por conta do alto índice de enfartes que ocorrem pela manhã, pois, ao despertar, o corpo tem uma reação de alerta, que pode colaborar para o desenvolvimento do infarto.
Fazer exercício físico por conta é melhor do que não fazer nenhum.
Dr. Osni: VERDADE. É muito melhor fazer um exercício físico sozinho do que nenhum. O cuidado que deve ser tomado é que o grau da atividade seja aquele que você está habituado. Por exemplo: você pode caminhar, correr ou andar de bicicleta, mas não deve ficar exausto e sim sentir-se confortável praticando a atividade.
Preciso ingerir suplementos e isotônicos ao realizar atividade física.
Dr. Osni: EM TERMOS. Normalmente quem tem uma alimentação balanceada consegue adquirir todos os nutrientes necessários e não precisa ingerir suplementos. Já com relação à hidratação, a bebida isotônica ajuda em uma atividade física mais prolongada (mais do que 15 minutos se exercitando).
Aumentando meu ritmo de exercícios, ficarei ainda mais saudável.
Dr. Osni: MITO. O exercício físico tem etapas, após atingir o nível considerado bom, deve-se cuidar para não exceder. Existe um limite e a partir dele não há nenhum benefício e, talvez, traga até malefícios. Consideramos que 150 minutos de atividades aeróbicas por semana, divididos na maior parte dos dias, é um bom nível para início. Seria o equivalente a 30 minutos de segunda a sexta-feira ou três dias de 50 minutos.
