A doença é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares
O diabetes está em crescimento no Brasil. Entre 2006 e 2016, o número de brasileiros com diabetes aumentou 61,8% e já atinge 8,9% da população, segundo a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde. A doença é mais recorrente na população feminina, atingidno 9,9% das mulheres, enquanto nos homens, o índice é de 7,8%.
Contudo, esses números podem ser ainda maiores. Como o diabetes nem sempre apresenta sintomas, muitos pessoas podem desconhecer serem portadoras da doença. Para conscientizar a população da importância da prevenção e diagnóstico do diabetes, foi criado o Dia Mundial do Diabetes, lembrado em 14 de novembro. “A falta de controle do diabetes pode levar a diversos problemas como cegueira, doenças renais, doenças nervosas, amputações de membros e as doenças cardiovasculares”, salienta o cardiologista João Vítola, presidente da Sociedade Paranaense de Cardiologia.
O risco do desenvolvimento de uma doença cardiovascular é de duas a quatro vezes maior em pacientes diabéticos, conforme dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Vítola revela que o diabetes é um dos principais fatores de risco para o surgimento da aterosclerose, placas de gordura que podem obstruir as artérias a qualquer momento ou diminuir o fluxo sanguíneo para o coração. “A aterosclerose é uma das principais causas de morte do mundo. Muitas vezes, o primeiro sintoma que aparece já é fatal, como AVC (Acidente Vascular Cerebral), chamado de “derrame”, ou infarto do coração conhecido como “ataque cardíaco”, alerta.
O diabetes é diagnosticado pelos níveis de glicemia no sangue, que devem ficar entre 70 a 100 mg/dL, mas se a pessoa tiver duas glicemias em jejum acima de 126 mg/dL, será considerada diabética.
O check-up anual é fundamental para a realização desses exames e tratamento do diabetes. Quando a doença está presente, pode ser necessária a realização de exames de imagem mais detalhados de acordo com o histórico, sintomas e risco de cada um, como outras doenças associadas. “O médico faz uma avaliação inicial do paciente. Se ele for assintomático e tem baixo risco, não precisa, necessariamente, fazer nenhum outro exame. Se há um risco moderado ou intermediário, aí é possível a indicação, por exemplo, do escore de cálcio, que detecta aterosclerose nas artérias coronárias, e assim por diante”, conta o cardiologista Rodrigo Cerci, diretor científico da Sociedade Paranaense de Cardiologia.
Tipos de diabetes
O diabetes é causado pela elevação da glicose no sangue devido a problemas na secreção ou na ação da insulina, produzida pelo pâncreas. A doença é dividida em tipo I, que provoca uma deficiência de insulina e o tipo II, quando a produção de insulina é normal, porém a ação dela é inadequada, resultando em elevados níveis de açúcar circulante.
Os casos mais comuns são de diabetes tipo II, cujas principais causas são sedentarismo, má alimentação e obesidade. Por isso, adotar hábitos de vida mais saudáveis é fundamental para prevenir a doença. “É preciso ter uma alimentação balanceada, fazer exercícios físicos regulares e ir ao cardiologista regularmente. Controlar o diabetes, combater o estresse e a obesidade são formas de se cuidar e ter uma vida melhor”, exemplifica Dr. João Vítola.