De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, cerca de 153 milhões de pessoas no mundo usam óculos para corrigir dificuldades de visão. Chamadas de erros refrativos, essas dificuldades podem ser causadas pela miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia.
Para corrigir definitivamente o grau, a opção é a cirurgia refrativa com laser, que faz um remodelamento na parte central e molda a córnea para ajustar o grau e chegar ao foco preciso para cada olho. Porém, a cirurgia refrativa a laser dificilmente será indicada para pacientes com mais de dez graus de miopia, pois tornaria a córnea muito fina e sua visão não ficaria boa. Acima desse grau, é provável que seja feito implante de lente intraocular (cirurgia de catarata) ou o de lente de câmara anterior, que é uma lente especial implantada sem retirar a catarata.
Outros critérios devem ser levados em consideração antes da cirurgia. Avaliação de outras doenças oculares como: olho seco, blefarite, conjuntivite crônica, glaucoma, catarata, alterações na retina e qualquer outra queixa oftalmológica devem ser realizadas antes do procedimento. O paciente também precisa atender alguns requisitos, como ser maior de 18 anos de idade e ter o grau estável, sem que tenha evoluído no último ano. Além disso, a espessura e o formato da córnea são analisados para verificar se existe alguma deformidade que não se recomende a cirurgia.
A cirurgia dura entre cinco a dez minutos. No pós-operatório, os olhos podem ficar sensíveis à luz e alguns pacientes podem sentir desconfortos. O uso de óculos escuros é uma alternativa para minimizar sintomas durante o período de um ou dois dias após a cirurgia. Em alguns pacientes, não ocorre qualquer tipo de efeito colateral.
O tempo de recuperação depende da técnica utilizada, que é definida de acordo com cada caso. Quando são usadas as técnicas Lasik e iLasik, a melhora costuma ser mais rápida, em aproximadamente dois dias. Já com a PRK, é uma pouco mais lenta, entre uma semana a um mês. Em qualquer uma delas, as complicações por infecções são praticamente inexistentes com o uso correto das medicações do pós-operatório.
*Dr. Geraldo Canto é oftalmologista especialista em cirurgia de catarata na Clínica Canto, em Curitiba. Possui graduação pela Universidade Positivo com especialização em Oftalmologia pelo Hospital de Olhos do Paraná. É especialista em córnea pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e da American Academy of Ophthalmology, nos Estados Unidos.