A perda de peso depende da boa função do intestino

Segundo a Organização Mundial de Gastroenterologia, cerca de 20% da população mundial sofre de problemas intestinais. Estima-se que 90% desse número de pessoas não procuram ajuda de um especialista para solucionar o problema e que, muitas vezes, recorrem à automedicação.

O intestino tem o papel definitivo para nossa saúde, pois é o centro da regulação do organismo. De acordo com a nutricionista Juliana Trevilini Garcia, o órgão responde por 80% da imunidade do organismo, portanto, se o intestino não funciona corretamente, nosso sistema de defesa fica mais frágil, e passamos a ficar mais suscetíveis a doenças. “Este órgão também é capaz de sintetizar aproximadamente 90% da serotonina – hormônio do bem-estar, o que significa que um bom funcionamento intestinal faz com que a pessoa seja mais tranquila e tenha um comportamento e estilo de vida mais equilibrado”, comenta.

Para ajudar na boa função do intestino a nutricionista orienta a não ingerir alimentos industrializados e com baixo consumo de fibras, pois eles produzem diversas toxinas que desequilibram a microflora do intestino, o que causa um aumento da permeabilidade intestinal. “Na parede intestinal temos bactérias ‘boas’ e bactérias ‘ruins’. Quando existe uma alimentação inadequada, acabamos alimentando essas bactérias ‘ruins’, fazendo com que a parede intestinal não tenha mais proteção e passe toxinas e radicais livres para a corrente sanguínea. Isto é chamado de hipermeabilidade intestinal, ou seja, o intestino está sem proteção”, esclarece a Dra. Juliana.

O aumento da permeabilidade do intestino também colabora para o acúmulo de toxinas nas células adiposas e pode dificultar a eliminação de peso. “As pessoas recorrem a dietas e medicamentos milagrosos sem perceber que esta atitude pode não contribuir para o emagrecimento, além de causar um desequilíbrio em todas as funções do organismo”, ressalta a especialista.

Alguns medicamentos também influenciam no funcionamento intestinal. Remédios com hipotensores, diuréticos, vitaminas em excesso, alguns analgésicos, antiácidos, antidepressivos e suplementos de sais de cálcio quando usados sem recomendação e acompanhamento médico podem ser prejudiciais ao organismo. “O uso crônico de laxantes, por exemplo, pode prejudicar a parede intestinal, causando a perda total dos movimentos que causam a propulsão das fezes ao longo do intestino”, afirma a nutricionista.

De acordo com a Dra. Juliana o uso abusivo e prolongado dos laxantes cria uma inércia intestinal e o órgão passa a funcionar somente com a ingestão de doses cada vez mais elevadas. “Além disso, o uso contínuo desse medicamento pode levar à desidratação e ao desequilíbrio de sais minerais, entre outras consequências”, alerta.

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