40% da população sofre do problema
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, cerca de 40% dos adultos e 20% dos jovens têm colesterol elevado. Como não apresenta sinais, o colesterol só pode ser detectado através de exames laboratoriais. “O colesterol alto não provoca sintomas, nem mesmo quando começa a formar placas de gordura nas artérias e sua primeira manifestação pode ser um infarto do miocárdio ou um Acidente Vascular Cerebral (AVC)”, alerta o presidente da Sociedade Paranaense de Cardiologia, Dr. Osni Moreira.
Segundo o cardiologista, o colesterol pode não gerar complicações, mas ajuda a desenvolver doenças cardíacas. “Trata-se de um fator de risco, que é como atravessar a rua sem olhar: não obriga a ser atropelado. Atropelamento na calçada é falta de sorte. Atropelamento por atravessar a rua sem olhar é falta de juízo”, compara.
Dr. Osni Moreira explica que para identificar e tratar as complicações, é preciso avaliar as alternativas de procedimento, levando em consideração o contexto clínico. “O médico pode solicitar um eletrocardiograma até um cateterismo cardíaco ou uma tomografia cerebral”, afirma.
Existem dois tipos de colesterol: o LDL, conhecido como colesterol ruim, que em níveis altos pode formar placas de gordura nas artérias, prejudicando a passagem de sangue e causando infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral; e o HDL, também chamado de colesterol bom, que ajuda a reduzir a formação de placas de gordura no sangue, mas em baixos níveis também pode originar doenças cardiovasculares. “O LDL pode baixar com restrição de gorduras saturadas e atividade física aeróbica regular, mas muitos precisam de medicações específicas diariamente para mantê-los estáveis”, esclarece o Dr. George Soncini, da Cardiologia Sugisawa. Já o HDL, ressalta Soncini, aumenta com a atividade física aeróbica.
Importância do colesterol
O Dr. George Soncini, da Cardiologia Sugisawa, explica que o colesterol serve para o funcionamento equilibrado do organismo humano. “Entretanto, quando os níveis estão elevados, isto é, acima de 200mg/dl, se deposita na parede das artérias do sistema cardiovascular, sendo que as artérias coronarianas são as mais prejudicadas, pois têm menor diâmetro, ocasionando obstrução que pode levar ao infarto do miocárdio”, esclarece.
O presidente da SPC lembra que o paciente que tem tendência a ter colesterol alto deve sempre prezar pela saúde e se importar com sua qualidade de vida e não com os remédios que terá que tomar. Outra dica que o Dr. Osni Moreira dá é para que as pessoas não busquem recuperar o tempo perdido através da atividade física. “Se o médico recomendou que fosse realizada uma caminhada de 30 minutos, cinco vezes por semana, e chega sexta-feira sem ter caminhado nada, ele só deve fazer os 30 minutos daquele dia e não às duas horas e meia da semana”, ensina.
Com relação à alimentação, o cardiologista é enfático. “Se a dieta não estiver correta, pare e corrija. O malefício causado pelos erros dietéticos já está feito e, a partir do momento em que se entra no tratamento, é preciso fazer uma reeducação alimentar”, afirma. Para ele, a nutrição pode ser comparada a um carro na praia. “Se eu deixo o carro parado na beira da praia por uma semana, a ação da maresia já se fez e não é reversível. O que pode ser feito é corrigir os pontos de ferrugem, o que, na verdade, é tratar as complicações”, exemplifica.