O tabagismo ainda é considerado um problema de saúde pública pelos médicos. No Brasil, uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, por meio do Instituto Nacional de Câncer, revelou que cerca de15% da população brasileira é fumante. Para conscientizar sobre os riscos do tabagismo, foi instituído 29 de agosto como o Dia Nacional Sem Tabaco. “Não somente os fumantes sofrem as consequências do cigarro.
É importante lembrar o tabagismo passivo é uma causa muito comum de doenças, e que o tabagismo também é considerado uma doença pediátrica na atualidade”, afirma Dr. André Ribeiro Langowiski, diretor do Departamento de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Cardiologia-PR.
O cardiologista conta que as pessoas ainda começam a fumar precocemente. “Cerca de 90% dos adultos fumantes começaram antes dos 19 anos. As crianças e adolescentes começam a fumar poucos cigarros ao dia, tendo a falsa impressão de que isso não irá torná-los fumantes na idade adulta. Porém para que o organismo desenvolva dependência à nicotina, basta o consumo de cerca de 4 a 6 cigarros por dia”, alerta Dr. André Langowiski. O tabagismo passivo também é perigoso. “A chance de crianças que convivem com adultos fumantes desenvolverem infecções respiratórias é até 50% maior. Os fumantes passivos adultos têm 24% mais possibilidades de sofrer um infarto do que aqueles que nunca foram expostos ao cigarro”, aponta.
O tabagismo é um dos principais fatores de risco para as doenças coronárias, incluindo o infarto do miocárdio. “O fumante tem maior chance de apresentar um infarto mais jovem. Fumar também causa o aumento do colesterol LDL (colesterol ruim) e a redução do colesterol HDL (colesterol bom). Se aliarmos a má alimentação, sedentarismo e obesidade, teremos os principais hábitos de vida maléficos à nossa saúde”, salienta cardiologista.
Para quem tem dificuldade em parar de fumar, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamentos nas Unidades Básicas de Saúde. Quanto mais cedo a pessoa larga o vício, maior é a melhora de sua saúde. “Os benefícios são sempre imediatos, mas a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), relacionada ao tabagismo, causa uma lesão pulmonar até certo ponto irreversível”, ressalta o Dr. André Langowiski.