Oftalmologistas explicam a importância do acompanhamento médico para evitar doenças assintomáticas que levam à cegueira
O Brasil tem cerca de 1,2 milhões de pessoas cegas, sendo que 29 mil são crianças, de acordo com estimativas do Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Entretanto, quase 700 mil dessas pessoas poderiam estar enxergando se tivessem recebido tratamento adequado e precoce. Para ajudar a conscientizar a população sobre a importância dos cuidados com a saúde ocular, na quinta-feira, 11 de outubro, é lembrado o Dia Mundial da Visão. “Fazer um acompanhamento oftalmológico periódico é fundamental para detectar doenças que causam cegueira, pois há tratamento quando diagnosticadas no início. Muitos acreditam que só devem ir ao oftalmologista se tiverem a necessidade de usar óculos ou em casos de alergia e infecção, no entanto, isso é um erro grave. As consultas regulares não são apenas para verificar se existem dificuldades de visão. Também são realizados outros exames específicos fundamentais para descobrir doenças que não têm sintomas e podem levar à cegueira”, alerta Dr. Geraldo Canto, oftalmologista da Clínica Canto.
Uma das principais causas de cegueira irreversível é o glaucoma, que se desenvolve sem provocar sintomas perceptíveis. Seu diagnóstico é realizado somente por um oftalmologista. A doença pode ocorrer em qualquer pessoa e provoca uma alteração do nervo óptico, que entra em sofrimento e perde a capacidade de captar e transmitir os raios luminosos. “O glaucoma não tem cura, porém, tem tratamento, que deve ser iniciado no início da doença para evitar a cegueira. Na consulta, medimos a pressão do olho e avaliamos o nervo óptico para detectar possíveis lesões que surgem com a evolução da doença”, explica a Dra. Ana Paula Canto, oftalmologista da Clínica Canto.
A degenaração macular relacionada à idade (DMRI), mais comum após os 65 anos, também não possui uma cura, mas pode ser estabilizada ainda no início para evitar a perda visual. “Existem dois tipos de degeneração macular relacionada à idade: a seca, mais comum e que provoca uma atrofia dos tecidos da mácula, área da retina responsável pela visão central, e a exsudativa, que causa um crescimento anormal dos vasos no fundo do olho, com produção de líquido e hemorragias”, relata a Dra. Ana Paula Canto.
Já a catarata, responsável por 350 mil casos de cegueira por ano, tem cura por meio de cirurgia. “A doença provoca a opacidade da lente natural do olho, chamada de cristalino, por causa do envelhecimento, mas, ela pode ser tratada por meio de uma cirurgia, na qual é retirado o cristalino opaco e substituído por uma lente artificial transparente. É um procedimento rápido e seguro, que pode ser feito em qualquer estágio da doença, mas pode ter complicações se estiver em estágio muito avançado. Por isso, é importante um acompanhamento do oftalgmologista para decidir o melhor momento para a cirurgia”, ressalta Dr. Geraldo Canto.
Acompanhamento deve começar na infância
Embora as principais doenças que levam à cegueira sejam mais comuns na fase adulta e na terceira idade, elas também podem ser congênitas, ou seja, estarem presentes desde o nascimento. Por isso, Dr. Geraldo Canto explica que é fundamental realizar exames logo após o nascimento, ainda na maternidade. “Antes de o bebê ter alta do hospital com a mãe, é importante realizar o teste do olhinho, que já verifica se há alguma doença ou dificuldade visual. Depois, as avaliações devem ser semestrais até os dois anos de idade.”
Após esse período, devem ser realizadas consultas anuais ou a cada dois anos para acompanhar o desenvolvimento da visão da criança, que ocorre até os sete anos de idade. “A criança não percebe que não está enxergando bem e, caso exista algum problema que não seja corrigido com óculos, a visão pode não se desenvolver 100%, ocasionando a ambliopia, conhecida popularmente como olho preguiçoso. Se não for tratada durante esse período, a visão ficará prejudicada permanentemente”, ressalta Dr. Geraldo Canto.
Confira as dicas dos oftalmologistas para manter a saúde ocular e prevenir a cegueira:
- Solicite o teste de olhinho em seu bebê ainda na maternidade;
- Leve seu filhos para consultas oftalmológicas regulares a partir dos seis meses de idade;
- Faça consultas anuais com o seu oftalmologista para realização de exames para diagnóstico de doenças;
- Quando sentir sintomas, como coceira, vermelhidão, sensibilidade à luz e sensação de areia, sempre procure um oftalmologista;
- Nunca coce os seus olhos, pois isso pode provocar lesões na córnea;
- Colírios só devem ser usados com prescrição médica, pois alguns deles podem ter efeitos colaterais graves;
- Não use óculos de sol sem proteção adequada. Lentes mal feitas aumentam a exposição dos olhos aos raios UV e podem causar doenças e tumores oculares;
- Não compartilhe maquiagens, pois elas podem transmitir desde conjuntivites até herpes. Também não use produtos com prazo de validade vencido, pois podem causar alergias e infecções;
- Faça a higienização adequada das suas lentes de contato. Não use água ou soro fisiológico, pois eles podem estar contaminados e acabar provocando infecções oculares graves;
- Se a sua profissão exige óculos de proteção, nunca deixe de usar. O acessório é fundamental para evitar lesões graves que levam à cegueira.
Sobre a Clínica Canto
Com mais de 30 anos, a Clínica Canto, de Curitiba, oferece serviços de oftalmologia com médicos especializados, priorizando a qualidade diagnóstica e terapêutica para seus pacientes. Com duas unidades em Curitiba, no Centro e no Seminário, oferece moderna e completa infraestrutura para exames simples ou de alta complexidade e cirurgias oftalmológicas. Mais informações no site www.clinicacanto.com.br