Para conscientizar a população sobre os riscos do colesterol alto, a Sociedade Paranaense de Cardiologia promove uma ação na sexta, 16 de agosto, para lembrar o Dia Nacional de Controle do Colesterol, comemorado no dia 8. Das 9h às 17h, cardiologistas e estudantes estarão na Boca Maldita, em Curitiba, para orientar a população, medir a circunferência abdominal e realizar exames de aferição de pressão arterial.
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, cerca de 30% da população brasileira acima de 40 anos possui colesterol elevado. Estudos ainda mostram que 8% das crianças e adolescentes entre 2 e 19 anos têm altos valores de colesterol ruim e 45%, baixos valores de colesterol bom. Como só pode ser detectado no exame de sangue, muitas vezes, a pessoa descobre que tem colesterol alto quando já está com alguma doença cardiovascular. “O colesterol elevado não provoca sintomas, nem mesmo quando começa a formar placas de gordura nas artérias, e sua primeira manifestação pode ser um infarto do miocárdio ou mesmo um acidente vascular cerebral, popularmente conhecido como derrame”, alerta o cardiologista Dr. Francisco Maia, diretor de Promoção à Saúde/Funcor da Sociedade Paranaense de Cardiologia.
Os exames de sangue devem ser realizados periodicamente de acordo com orientação médica. Quando são detectadas alterações, o tratamento combina reorientação alimentar, exercícios físicos – que é o único método comprovado de elevar os níveis do colesterol protetor segundo o cardiologista, e medicamentos – especialmente as estatinas, que agem diretamente no fígado, o órgão que produz o colesterol, inibindo a ação de uma enzima essencial para a formação do LDL. “Algumas pessoas experimentam queda nos níveis totais de colesterol apenas com as mudanças no estilo de vida. Outras, mesmo com dieta, não conseguem apresentar melhora significativa por conta da forte predisposição genética, precisando de medicamentos. A prescrição, porém, varia conforme a idade do indivíduo e a presença de outros fatores de risco para doenças cardiovasculares”, observa o cardiologista Dr. Olímpio Ribeiro França Neto, diretor científico da Sociedade Paranaense de Cardiologia.
Existem dois tipos de colesterol: o LDL, conhecido como colesterol ruim, que em níveis altos pode formar de placas de gordura nas artérias, prejudicando a passagem de sangue e causando infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral, e o HDL, também chamado de colesterol bom, que ajuda a reduzir a formação de placas de gordura no sangue, mas em baixos níveis também pode originar doenças cardiovasculares. “Para um adulto saudável, os valores do colesterol total devem ficar abaixo de 200 mg/dl, sendo o HDL acima de 40 mg/dl, e o LDL abaixo de 160 mg/dl. Para pessoas com fatores de risco, diabéticos ou que já tiveram algum problema cardiovascular, como um infarto por exemplo, o valor do LDL deve ficar abaixo de 100 mg/dl, sendo o ideal abaixo de 70 mg/dl”, revela o cardiologista Dr. Osni Moreira Filho, diretor de Comunicação da Sociedade Paranaense de Cardiologia.
As alterações nos níveis de colesterol podem ser ocasionadas por uma predisposição genética, ou seja, herança de alterações nos genes que interferem no metabolismo de gorduras, associada a uma vida sedentária e uma alimentação inadequada. No entanto, algumas doenças também causam níveis elevados de colesterol, como o hipotireoidismo, insuficiência renal e problemas no fígado. “Independentemente de ter história de parentes com colesterol elevado e com doenças cardiovasculares na família, toda pessoa deve manter uma alimentação saudável desde os primeiros anos de vida, com a ingestão diária de fibras, que ajudam a reduzir a absorção de colesterol pelo intestino, e de gorduras de origem vegetal, sobretudo as monoinsaturadas, como o azeite de oliva, que comprovadamente atuam na redução do LDL da circulação”, salienta Dr. Francisco Maia.