Por Camile Triska
Por causa do Dia das Crianças, na semana passada muitas pessoas (inclusive, eu!) mudaram suas fotos de perfis. Uma brincadeira que não sei se tinha alguma intenção – não fiz questão de pesquisar, apenas aderi por gostar de resgatar fotos e lembranças.
Claro, que como tudo o que acontece no Facebook, as mudanças de fotos foram amplamente criticadas por muitas pessoas. Cada um com sua opinião, logo, também tenho a minha: sou contra essas reclamações todas sobre fotos de crianças. Não que eu seja contra outros tipos de fotografias, mas no meio de tantas fotos com nuvens e flores, porque muitas fotos de crianças e famílias? Sem enquadramentos diferentes, sem filtros, só uma criança sendo criança?
Hoje, todo mundo acha que é fotógrafo e todos os dias lotam o Instagram e a linha do tempo do Facebook com fotos do céu, flores, cafés, sombras, mãos, pés e todo tipo de membro (sim, têm fotos de outros membros do corpo também), menos fotos com momentos de verdade! Muitas delas são legais, bonitas e interessantes – porém, é só esse tipo de fotografia que fazem! Ninguém mais aparece em situações cotidianas, sem maquiagem ou com qualquer roupa. Se é para aparecer, precisa estar lindo, maravilhoso, perfumado – imagino que logo devemos começar a sentir cheiros em fotos também, o tal efeito 4D.
As melhores fotos não são as produzidas ou da nossa sombra, são as fotos tiradas ao acaso no dia a dia, como essas de crianças, famílias e amigos naquela casa que você não mora mais, com aquela boneca que você nem lembrava que teve. São essas fotos que você tem vontade de ver em um álbum, em um arquivo no computador, e que te relembram momentos ou fazem você se identificar com os seus amigos – descobrindo que não era só sua mãe que tinha uma samambaia na sala de jantar. São essas fotos que te fazem sorrir, que dão vontade de apertar aquele botão de curtir!
Eu não vou pegar um álbum daqui a dez anos (se ainda existir papel) e querer ver uma foto do céu. Quero ver foto dos meus amigos em um churrasco, naquele apartamento que morei e nunca mais passei em frente, da minha sobrinha jogada no sofá… e assim lembrar de momentos legais que achava que tinha esquecido.
Ainda prefiro a linha do tempo do Facebook lotada com fotos dos meus amigos quando eram crianças do que com fotos do dia nublado – isso eu vejo todo dia, ainda mais em Curitiba – é só abrir a janela!