Os melhores lançamentos fonográficos de 2013

Por Thiago Rothstein

Ainda estamos em maio, mas duvido muito que a indústria fonográfica tenha coisas melhores pra apresentar no restante desse ano. Claro que falo aqui de grandes nomes, do mainstream. E não quero entrar na discussão sobre o consumo de música digital e da fragmentação de público. Se entrarmos nessas questões com certeza encontraremos muita qualidade, e até discos melhores do que vou citar, mas, que são independentes e de um nicho muito específico.

No cenário de grandes lançamentos os melhores do ano foram The Next Day, do David Bowie, e Random Access Memories, do Daft Punk. O último ainda nem lançado oficialmente. Está em streaming e pré-venda no Itunes e seu lançamento está marcado para o próximo dia 21.

Tanto Bowie quanto o duo francês estavam em um hiato desde os seus últimos álbuns de estúdio (dez e oito anos, respectivamente). O tempo de espera dos fãs valeu a pena, pois os dois discos são incríveis.

Os Punks, nesse tempo, lançaram uma trilha sonora e nunca saíram de cena, já Bowie, ficou uma década em reclusão. Em The Next Day temos uma boa mostra de Bowie bebendo de sua própria fonte, principalmente de sua fase na Alemanha: a trilogia de Berlin (Heroes, Low e Lodger). A influência explícita está no primeiro single de The Next Day, “Where are we now”, em que as paisagens de Berlin são cantadas em versos pelo velho camaleão.

David Bowie não é só música. É também experimentação, vanguarda e estilismo. Não se pode dizer que existe um estilo David Bowie, podemos dizer que Bowie já esteve à frente de muitas vertentes estéticas. É um ícone pop, fashion, ideológico. E para compor o imagético de seu novo álbum, ele escalou um time de peso. Os três singles lançados ganharam clipes e gente, como o artista plástico Tony Oursler, a diretora Floria Sigismondi, o modelo andrógino Andrej Pejic e os atores Tilda Swilton, Marion Cotillard e Gary Oldman fizeram parte desse time. Um vídeo melhor que o outro.

O álbum conta com a participação do guitarrista lenda do funk, Nile Rodgers (Parliament e Chic. Clica aqui e veja um momento genial de Rodgers). Rodgers trouxe um groove novo para o som dos franceses. O disco é conciso, com uma sonoridade única. As repetições sincopadas que fizeram do Daft Punk ícones da música eletrônica mundial ficam em segundo plano e deixam espaço para o suingue.

Mas teve um lançamento de 2013 que me decepcionou: The 20/20 Experience do Justin Timberlake. Apesar de o single, com parceria com o Jay Z, Suit & Tie, ser ótimo e com uma linha de metais fantástica, o restante do disco é burocrático. Não tem boa fluência e chega, em alguns momentos, a ser chato. Desta vez, não vemos o Justin inspirado dos álbuns anteriores.

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