Por Thiago Rothstein
No mês passado tive o privilégio de ver um show do Caetano Veloso. Pra mim foi como o encerramento de um ciclo. Tenho pra mim que os 3 grandes da música brasileira, ainda vivos, são Chico Buarque, Gilberto Gil e Caetano Veloso (não necessariamente nessa mesma ordem). Como já tinha visto shows de Chico (2 vezes porque quanto mais Chico melhor) e Gil, o Caetano foi o ponto final dessa história.
Caetano veio com a turnê do aclamado Abraçaço. Um show minimalista do nada minimalista Caetano. No palco, um cenário quase vazio, apenas com alguns quadros e a banda Cê espalhados. E no repertório basicamente músicas de seu último álbum e 3 ou 4 sucessos de sua carreira.
Diferente de Gil e sua alegria contagiante e de Chico com sua timidez conquistadora, Caetano, apesar de sua fama de mal-humorado, está em uma fase paz e amor com seu público. Mandou beijinho pra plateia, rolou no chão, quase tirou a camisa e, em um raro momento de fofura, fez questão de caminhar pela boca de cena tocando cada uma das centenas de mãos ávidas por um contato físico com Caê.
Caetano que acaba de completar 71 anos, encerrou uma trilogia iniciada em 2006 com o álbum Cê (seguido de Zii Zie de 2009 e finalmente por Abraçaço de 2013). Esses três discos têm uma pegada mais rock com arranjos mais crus. Uma ruptura com sua fase anterior que contava com o maestro Jaques Morelenbaum em seus lançamentos de estúdio e em suas turnês.
Agora para nós, reles mortais, só nos basta esperar o que Caetano vai produzir depois dessa turnê. Ou não!