Por Kristiane Rothstein
Uma das coisas mais bacanas das manifestações e protestos por todo o Brasil foi a forma como estamos nos informando. Os protestos foram organizados pelas mídias sociais: todo mundo marcando encontro pelo Facebook! E na hora de saber o que está ocorrendo? Nem só os meios tradicionais estão sendo acessados, alguns até pela sua periodicidade, afinal, toda hora – ou minuto – é tempo para se informar. Blogs, colunistas pelo próprio Facebook vão passando informações de qualidade. Ontem à noite uma das formas mais eficazes de saber das últimas notícias era por blogs.
Não é que até quem vinha menosprezando os protestos e sua importância como notícia teve que se adequar e cobrir melhor os acontecimentos?! Com certeza, este “acordar do gigante”, como muitos estão chamando, nos ajuda a olhar a comunicação e descobrir que sim, mudaram os veículos e os formatos, não teremos mais tantos impressos por aí. Mas, o conteúdo ganha relevância a cada momento, a cada nova notícia, pois os leitores querem saber o que está ocorrendo, querem se informar. Esta noite, por exemplo, se tivessem veículos organizados para informar madrugada a dentro sobre as manifestações, com certeza, haveriam leitores ávidos por informação.
Por esse prisma, a manifestação das ruas mostra que o Jornalismo, e por consequência, o jornalista, têm sim, o seu lugar. Você quer emprego em um jornal ou revista impressos? Bom, aí vai ficar cada dia mais difícil! Quantas revistas ficamos sabendo que fecharam as portas ou diminuíram sua tiragem e sua equipe editorial nos últimos meses? O emprego de jornalista mudou, mas a informação de qualidade se faz mais necessária. Podemos, sim, ter orgulho por existir, basta apenas ver diferente. Claro, os anunciantes e as agências de Publicidade terão que mudar também. As altas quantias destinadas aos veículos impressos e televisivos terão que ser divididas por blogs, colunistas com seus perfis no Facebook, fotógrafos em seus Instagrams, emissoras de rádio tradicionais (que tendem a voltar com muita força) ou pela internet. Teremos que rever conceitos.