Por Fabíola Cottet
O leitor deve estar pensando que sou radical pelo título, não sou, estou bem longe de ser. A motivação para escrever este texto, que é mais um desabafo, foi uma situação ocorrida no dia 11 de setembro, quando estava saindo da academia, aonde vou quase que diariamente.
Pois bem, deixo o meu carro em um estacionamento próximo, onde tem um senhor que cuida dos veículos que ficam ali. O vidro traseiro do meu automóvel possui um perfurado de um determinado candidato a vereador, porque acredito em suas propostas e na sua honestidade. Entrando no carro, o senhor me perguntou (me chamando pelo nome, pois já me conhece de longa data), o quanto eu estava ganhando para colocar o adesivo no meu carro. Fiquei sem reação.
Sei que essa é uma prática comum, pois não é a primeira vez que ouço que os candidatos dão gasolina ou dinheiro para os eleitores colarem propagandas em seus carros, mas não deveria ser. Pacientemente, expliquei ao trabalhador que eu não ganhava nada, que o adesivo estava ali pura e simplesmente por uma questão ideológica. O que mais me surpreendeu é que ele ainda perguntou: “Sério que você não ganha nada para colar isso no seu carro? Deveria ganhar, hein!”
Fui para casa refletindo. Não, eu nunca ganhei nenhum benefício para colocar propaganda no meu carro e nunca vendi o meu voto. Por sempre gostar de política, sei bem em quem voto nas eleições e fiz meu título eleitoral com 16 anos. Os votos não são vendidos, devem ser pensados. O que escrevo pode parecer ideologia barata, mas realmente é no que acredito.
Infelizmente, a política do pão e circo ainda é uma realidade no país. Dê entretenimento, dentaduras e cestas básicas, e pronto, você ganhou a confiança. Vemos todos os dias novas propagandas enganosas, candidato querendo corromper o povo, que deixa se levar, políticos querendo passar por cima dos outros e, traduzindo em miúdos, hipocrisia, falso moralismo, corrupção e crime.
Vi uma frase que diz: “Um povo que elege corruptos não é vítima, é cúmplice.” E assim caminha a humanidade…